Reforma Tributária: O Impacto "Silencioso" que Pode Custar Caro — 93% das Empresas Pagarão Mais. Prepare-se para o Novo Futuro Fiscal do Brasil
- Aloizio Jr Ziareski
- 3 de ago.
- 6 min de leitura
Por Essenciale Contabilidade — inteligência contábil que impulsiona negócios. Escritórios em Curitiba e Castro, com atendimento consultivo em todo o Brasil.
A era da transformação tributária já começou
A Reforma Tributária, foi aprovada por meio de Emenda Constitucional em 2023 e isso inaugura uma nova arquitetura fiscal no Brasil. Essa mudança não é apenas técnica, mas estrutural, e transformará profundamente a maneira como empresas se organizam, precificam, contratam e se relacionam com o Fisco e mesmo com seus Clientes e fornecedores. Trata-se de um dos maiores marcos regulatórios desde a criação da nota fiscal eletrônica.
Imagine uma empresa que hoje paga seus tributos com base em diversos regimes e obrigações dispersas: ICMS, ISS, PIS, Cofins, IPI. Agora imagine um sistema que promete unificar tudo isso em tributos mais simples e não cumulativos, cobrados no destino e com crédito amplo (aquele imposto que você pode aproveitar como crédito de compras por exemplo e abater dos impostos a pagar) . Parece promissor. Mas a transição exigirá mais do que atenção redobrada.
Para empresários, contadores, gestores e analistas tributários, o momento exige mais que curiosidade: exige ação estratégica.
E esse momento é agora, nesse exato momento.

Entenda os novos tributos: o que são IVA, IBS e CBS
No centro da reforma estão dois tributos principais:
CBS – Contribuição sobre Bens e Serviços: de competência federal, substituirá PIS, COFINS e IPI.
IBS – Imposto sobre Bens e Serviços: de competência estadual e municipal, substituirá ICMS e ISS.
Ambos integram um modelo chamado de IVA (Imposto sobre Valor Agregado), amplamente adotado em economias desenvolvidas. No modelo IVA, cada empresa paga imposto apenas sobre o valor que agrega, e recupera o que foi pago anteriormente nas etapas da cadeia.
Por exemplo:
Uma indústria compra matéria-prima por R$ 100, paga R$ 10 de IBS e CBS.
Revende o produto por R$ 200, com R$ 20 de imposto.
A empresa recolhe apenas R$ 10, pois desconta os R$ 10 pagos na etapa anterior.
Esse é o chamado princípio da não cumulatividade: elimina-se o “efeito cascata”, promovendo maior transparência e previsibilidade. No entanto, sua aplicação exigirá mudanças significativas na cultura contábil das empresas.
Sua Empresa Está Pronta Para Pagar Mais?
O cenário de bilhões:
A complexidade de combinações que haverão ao longo do processo de transição
Durante os anos de transição que se dará entre 2024 e 2032, as empresas brasileiras enfrentarão um ambiente fiscal, desafiador e inédito:
De 2024 a 2026: haverão mais de 2,1 bilhões de cenários combinatórios possíveis, com coexistência de tributos antigos e testes com os novos o que demonstra a complexa magnitude durante a transição do sistema de simplificação tributária.
De 2027 a 2033: período de transição com alíquotas simbólicas e crescimento do split payment, que vamos abordar a frente nesse artigo, ainda somando mais de 1,6 bilhão de cenários.
A partir de 2033: com a estabilização do sistema estima-se que teremos cerca de 22,5 milhões de cenários o então esperado sistema simplificado porém ainda complexo, com a promessa de se tornar mais racional.
Essa fase exige decisões assertivas. O tempo para observar já passou. Agora, é preciso agir.
Os 3 vetores que impactarão seu lucro
Fique atento reformulação tributária afetará a rentabilidade das empresas com base em três alavancas fundamentais:
Preços de Compra: empresas que compram de fornecedores que não geram créditos (MEI, Simples Nacional ou PF) arcarão com mais custos.
Preços de Venda: quem vende para empresas no Lucro Real ou Presumido precisará ser competitivo também no aspecto fiscal, pois o crédito gerado será diferencial de negociação.
Resultado Operacional: margens serão espremidas para muitos, especialmente na fase de transição.
A forma como sua empresa se posiciona nestes três pontos será determinante para manter a sustentabilidade e a competitividade.
A lógica da cadeia produtiva e o crédito tributário
No novo modelo, as empresas deixarão de olhar apenas para seus próprios tributos — e passarão a analisar profundamente quem são seus fornecedores e seus clientes.
Se você compra de MEI, Simples ou PF, não gera crédito financeiro integral. Isso afeta o custo do seu produto.
Se você vende para empresas no regime regular, sua capacidade de gerar crédito será fator de decisão para manter ou conquistar esses clientes.
Ou seja, a posição da sua empresa na cadeia e o regime tributário adotado influenciam diretamente o seu valor percebido pelo mercado. Quem souber reposicionar-se terá vantagem.
O alerta da ROIT: mais de 90% pagarão mais com a reforma
Segundo estudo da consultoria ROIT, publicado pela revista VEJA, após análise de mais de mil empresas via dados do SPED, o cenário é claro:
93% das empresas pagarão mais com a reforma.
73% terão de aumentar preços ao consumidor final.
87% repassarão custos a clientes intermediários.
47% terão perda significativa de margem.
Apenas 7% terão neutralidade ou ganho tributário.
Esses dados reforçam a necessidade de planejamento minucioso e acompanhamento técnico especializado. A reforma não é neutra: ela penalizará os despreparados e favorecerá os que se anteciparem.
Reforma Tributária: Sua Empresa Vai Sobreviver ou Ser Engolida Pela Nova Lógica Fiscal?
Split Payment: a engrenagem invisível da nova lógica tributária
Dentro dessa nova arquitetura fiscal, um dos mecanismos mais emblemáticos e a priori menos compreendidos é o split payment.
Trata-se do recolhimento automático de tributos no momento da transação. Ao invés de a empresa receber integralmente os valores de uma venda e, depois, recolher os tributos, o split payment retira a parte do Fisco diretamente no ato da operação — como se fosse um “Pix tributário invisível”.
Essa sistemática dialoga com os princípios do IVA e da não cumulatividade: ela evita a sonegação, torna os fluxos mais previsíveis e sincroniza os repasses à Receita Federal e ao Comitê Gestor do IBS.
Em 2026, CBS e IBS entrarão em fase de testes com alíquotas simbólicas.
Em 2027, o split payment começa de forma facultativa no B2B.
Posteriormente, o modelo será estendido ao B2C conforme os meios de pagamento se adequarem.
Para as empresas, isso representa uma mudança de paradigma na gestão de fluxo de caixa, controles internos, conciliações e relacionamento com bancos e adquirentes.
Integrar o split payment à sua estrutura fiscal será mais que uma obrigação: será um diferencial competitivo, pois permitirá rastreabilidade, compliance e recuperação precisa de créditos, tudo isso em tempo real.

Então, o que fazer agora?
Mapeie sua cadeia: entenda quem são seus fornecedores e clientes sob a ótica fiscal e como cada um está se organizando para a Reforma Tributária.
Revise seu regime tributário: Faça um planejamento tributário e avalie o melhor regime para o seu negócio muitas empresas do Simples precisarão considerar a necessidade de migrar para outros regimes para manter competitividade e se destacar na concorrência.
Participe dos testes oficiais: a adesão aos pilotos da CBS ajudará sua empresa a antecipar problemas e oportunidades.
Implemente soluções de automação fiscal e integração sistêmica. com a nova carga de obrigações acessórias, conciliações em tempo real e o modelo de split payment, será fundamental investir em tecnologia de gestão integrada. Ferramentas que conectem emissão fiscal, controle de estoque, contabilidade e financeiro ajudarão a garantir precisão, agilidade e compliance. Quem automatizar processos agora estará à frente da curva em 2026.
Tenha ao seu lado uma contabilidade preparada para os novos tempos: mais do que capacitar sua equipe interna, é essencial contar com uma estrutura contábil com domínio da nova legislação, agilidade na leitura estratégica de dados fiscais e capacidade de adaptação aos modelos que entrarão em vigor. Uma contabilidade parceira pode ser a diferença entre o crescimento sustentável e o colapso operacional nos próximos dois anos.
A Essenciale Contabilidade está preparada para liderar essa transição ao seu lado
Com sedes em Curitiba e Castro, atendimento digital em todo o Paraná e Brasil, a Essenciale Contabilidade é referência em contabilidade consultiva, com visão estratégica e domínio técnico das novas diretrizes tributárias.
Já estamos conduzindo empresas em simulações, testes de cenários e decisões de reposicionamento. Se você deseja manter sua empresa competitiva e lucrativa diante da nova ordem fiscal, o momento é de agir com inteligência.
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Essenciale Contabilidade — inteligência contábil que impulsiona negócios. Vamos juntos transformar o futuro?

Fontes:
VEJA: Nicholas Shores, "93% das empresas pagarão mais com a Reforma Tributária, diz consultoria" (2024)
Receita Federal do Brasil, evento "A Reforma Tributária antes da transição" (Casa JOTA, 2024)
ROIT Consultoria
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